Transtorno
de Estresse Pós-traumático Resumo
O que é o
Transtorno de Estresse – Pós Traumático TEPT?
Definição:
de acordo com o DSM-IV para o diagnóstico do TEPT deve haver exposição :
1-)Morte ou
ferimento sério real ou ameaça a si mesmo ou à integridade física de terceiros
2-)Testemunhar
morte, ferimento sério ou de outra pessoa
3-) Ter
conhecimento sobre morte inesperada, dano ou ameaça de morte ou ferimento a um
familiar ou amigo íntimo
A resposta
do indivíduo ao evento deve envolver intenso medo, impotência ou horror e pode
ocorrer à uma ampla variedade de eventos traumáticos como guerra, tortura,
acidentes, encarceramento, ser diagnosticado com uma doença grave etc.
No modelo
comportamental do TEPT, entende-se a ansiedade como um padrão de resposta
incondicionado que tem como função adaptativa avisar o organismo de perigos,
para que ele possa evitar ou enfrentá-los. Primeiramente, haveria uma
associação de estímulos neutros, como por exemplo no caso de uma pessoa ter
sido assaltada e sentir ansiedade cada vez que for à uma rua escura. Em segundo
lugar, haveria um condicionamento operante conforme o medo seja sentido e o
indivíduo passa a evitar lugares como forma de esquiva, de modo a ter controle
ou sentir redução à ansiedade nas vicissitudes do cotidiano.
No modelo
cognitivo do TEPT há a existência de processos e estruturas cognitivos
disfuncionais que são responsáveis pela manutenção do sintoma que continua
ocorrendo, mesmo sem a presença do perigo real.
As
avaliações e crenças sobre o evento traumático, assim como memórias
fragmentadas do trauma e interpretações errôneas sobre as reações ao estresse
contribuem para o senso de ameaça frente às situações, mesmo tendo passado o
trauma.
No nível
etiológico, o modelo cognitivo determina que crenças fixas sobre ameaça, assim
como um sentimento de vulnerabilidade e a da visão que o indivíduo tem do
mundo, poderiam favorecer a manutenção do transtorno. Há também crenças sobre a importância de
manter o controle o tempo todo sobre os pensamentos e emoções que poderiam
fazer com que o indivíduo sinta os sintomas de uma experiência de maneira mais
negativa. A ocorrência de um trauma é substancial para a ocorrência do
transtorno.
Trauma é uma
experiência que tenha resultado em ameaça a integridade do indivíduo, desde que
violasse os esquemas pessoais do indivíduo em relação a si, ao outro e ao
mundo. Quando a gravidade da experiência interage com os esquemas do indivíduo,
o trauma tende a surgir.
Na lógica
darwiniana, a memória traumática é vista como um replay que tem como função
deixar o esquema do trauma em destaque, com vistas a preservação e adaptação da
vida do organismo, como se dissesse para o cérebro não esquecer e assim
subestimar situações de ameaça ao organismo.
No nível de
processamento automático, a forma como o evento traumático é processado na sua
ocorrência, determinará a forma como é representado na memória de trabalho. Se
o trauma for caracterizado por maiores fatores de ordem sensorial do que em
relação à um conteúdo de informação cognitiva, as recordações serão mais
desorganizadas e suscetíveis a priming perceptual.
A forma como
o trauma é representada na memória de trabalho dos indivíduos com transtorno de
estresse pós-traumático é diferente em relação aos indivíduos que vivem o
trauma sem o transtorno. Devido a fragmentação da memória do trauma na
consciência, há muitas associações de estímulos que ocorrem por autosugestão e,
muitas vezes, o indivíduo se faz esta autosugestão devido à estímulos fora do
limiar da consciência.
Sintomas
típicos
Supressão: A
supressão do pensamento que consiste em não pensar no trauma pode levar ao
aumento de intrusões de pensamentos mais neutros.
Ruminação:
Já na ruminação, indivíduos se mantém num estado emocional aflito por pensarem
consistentemente sobre o trauma e o estresse gerado, com dificuldade de
relaxar.
Sintomas
dissociativos: Já sintomas dissociativos como desrealização, despersonalização
e entorpecimento emocional podem ser estratégias de suprimir no fluxo da
consciência dados do evento traumático, impedindo uma ressignificação deste.
Evitação:
Também há o sintoma da evitação. A evitação pode ser comportamental (evitar
pessoas ou lugares), cognitiva (evitar pensar sobre aspectos do trauma), ou
vivencial (evitar sentir emoções negativas associadas ao trauma). A evitação
impede que o indivíduo veja por si que o trauma já passou na medida em que este
deixe de viver novas experiências e criar crenças mais funcionais adaptativas.
O falso senso de segurança que a evitação dá, pode se tornar uma prisão, em que
o indivíduo continua vivendo num ciclo de alta ansiedade e agonia.
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